segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Acordar da hibernação...

Este meu blogue tem estado a hibernar. Pensei primeiro em classificá-lo, de forma (melo)dramática, como um blogue "moribundo", mas... Não. "Moribundo" implica a ideia de morte, e essa é definitiva.
Assim, este blogue lá vai hibernando. Já poucos se lembrarão dele - não é que tenha chegado a ser lembrado por muitos, claro. Das razões desta hibernação não vale a pena falar, a não ser para dizer que são várias e, todas, de culpa própria. Responsabilidades, muitas e em várias dimensões da vida, cansaço, têm deixado algumas áreas mal servidas - e, nelas, há uma ou duas que precisariam bem mais de mim do que este blogue e os seus leitores.
Além de que aquilo em que tenho estado mais envolvido me tem afastado dos problemas de Viseu, o mote inicial deste blogue. "Linha do Vouga", o título, remete para uma realidade cada vez mais distante, cada vez mais da arqueologia dos transportes públicos - conceito (este dos transportes públicos) que está bem mais longe do imaginário e das aspirações dos viseenses do que os de "rotunda", "centro comercial", "fitness", "naite", "prédios e mais prédios que ninguém consegue pagar", etc. Pelo menos a avaliar pelos sempre estáticos resultados eleitorais, confirmados no ano que agora findou e que reforçam o poder dos caciques, dos donos da terra, dos fascistas broncos, daqueles para quem o desenvolvimento social, ambiental, cultural, económico nada significam, em detrimento das propostas justas, concretas, exequíveis e obviamente necessárias que outros - a CDU, o PCP (chamam-se assim) - propoem no concreto. A mentira, o medo e a pura parolice vencem a verdade, a dignidade, a seriedade.
Por isso, Viseu cansa-me, cansa-me pensar em Viseu e escrever sobre Viseu. E só não mando Viseu às urtigas (mesmo quando, eventualmente, a vida me levar para outras paragens) porque conheci homens e mulheres, grandes, dignos, corajosos, bons e corajosos - esses, da tal CDU e do tal PCP - que acreditam que também aqui a verdade e a plena democracia um dia vencerão - por incrível que às vezes pareça - e que a luta, em si, é já uma vitória.

Mas adiante! Quero aproveitar este momento de insónia - que paradoxalmente serviu para acordar este blogue da hibernação (por quanto tempo, não sei: a Primavera ainda vem longe) - para desejar a todos um bom ano de 2010.
Façamos por isso, lutemos por isso.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A esperança em Viseu!

Alguns blogues que apontam os caminhos da esperança em Viseu:

http://cduviseu2009.blogspot.com/

http://cduabraveses.blogspot.com/

http://cduriodelobaviseu.wordpress.com/

Esperança que se pode concretizar lá para 11 de Outubro.

Mas, para isso, antes ainda temos a grande batalha do dia 27 de Setembro, na qual tudo faremos para que Viseu tenha o seu deputado na Assembleia da República: Manuel Rodrigues, primeiro candidato da CDU.

sábado, 8 de agosto de 2009

O nojo

Hoje fui, como habitualmente, visitar a página da CDU que, além de gráfica e dinamicamente muito bem conseguida, é o melhor sítio para, diariamente, acompanhar a actividade intensa da coligação em todo o país: de facto, se procurar nas páginas impressas ou virtuais dos grandes meios de comunicação social, pouco ou nada encontrarei sobre a CDU e a sua intensa e séria actividade junto das populações. Os motivos de tal ausência são claros, mas nem sequer é isso que me traz aqui.
O que me traz aqui é a vontade de partilhar o profundo nojo pela desfaçatez, a má educação, a falta de profissionalismo e de pinga de honestidade e o servilismo aos interesses do grande capital de uma criatura que os impostos que vou pagando ajudam a financiar: a lacaia Judite de Sousa, que tive a infelicidade de ver e ouvir quando pensava ouvir e ver uma entrevista na RTP ao Secretário-Geral do PCP, Jerónimo de Sousa, reproduzida na página da CDU. Identifica-se como "jornalista" a criatura, mas seria um insulto aos trabalhadores que dignamente exercem a profissão de jornalista aceitar tal designação.
O modo como este tipo de criatura maltrata qualquer dirigente ou militante do PCP - pelo "simples" facto de representarem a mais consequente e organizada forma de luta contra os interesses absolutamente indefensáveis à luz de quualquer direito humano que estas criaturas guardam com unhas e dentes - não é novo. Desde o tempo do fascismo, em que a ordem era "não falar nesse partido, porque não existe", até às já longas décadas de apropriação dos meios de comunicação social pelos interesses de quem prefere a morte ao comunismo (grandes possidentes de capital: captalistas), a mentira, a censura e o insulto são estratégias comuns de quem guarda o seu osso.
Mas, talvez por falta de hábitos mais recentes, talvez porque cá em casa a internet (ainda relativamente livre) tem subsitituído a televisão e os noticiários televisivos são os que nos entram pelos olhos e ouvidos num ou noutro café, não pude aguentar a provocação barata, a desonestidade, as interrupções permanentes e a falta de vergonha geral desta insignificância humana de nome Judite de Sousa, a quem são dados os meios de publicamente assim tratar um representante de uma força política (e de uma coligação de forças políticas e democratas independentes) na qual o menos consciente dos militantes e apoiantes tem uma dimensão intelectual e humana infinitamente superior à sua.
Enfim. Quando a humanidade se libertar das garras da sua opressão nas suas várias formas, a Judite de Sousa e os seus congéneres (porque, infelizmente, o lixo é fácil de reproduzir) encontrarão o seu lugar: chafurdando na lama que produziram.

Adenda: no Anónimo do Séc. XXI, a propósito do mesmo assunto, um comentador lembrou, por comparação, a entrevista feita por Mário Crespo ao mesmo Jerónimo de Sousa em Maio último. Pode ser revista aqui, a lembrar que ainda vão sobrevivendo alguns jornalistas a sério na televisão portuguesa.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Oh não, não!

A criatura volta a atacar! Agora, ameaça "embelezar" a ecopista que substituiu a Linha do Dão (está aqui)! Não, por favor!
É que, se há coisa que o encerramento desta via férrea e a construção da ecopista não destruiram foi, precisamente, a beleza da paisagem beirã característica dos arredores da cidade, os olivais, os prados com seus rebanhos, os soutos e carvalhais alternando com vinhas e hortas, as leiras separadas por murinhos de granito recobertos de musgo por trás dos quais se elevam, gaiteiras, enormes e suculentas couves. E a ecopista, embora feita no sítio errado - onde deveriam, e devem, passar transportes públicos ferroviários -, veio trazer alguma dignidade ao caminho de terra batida mal amanhado em que aquilo se tinha convertido, e veio permitir a muitos viseenses de gema ou adopção (entre os quais me incluo), fazer umas belas e limpas caminhadas e, tranquilamente, olhar para aquilo que a região ainda vai conservando de belo, de cativante, a precisar de apoio e de medidas sérias: a convivência do homem, através do trabalho, através da vida, com o meio que o envolve. Pelo menos nos meios rurais.
Agora, o homem quer "embelezar" tudo isto! Que vai fazer? Estatuetas? Rotundas em cada (ex)passagem de nível? Relvados? Placas com o seu nome após e antes cada (ex)passagem de nível?

Levem-no, levem-no!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Chuva e granito


Chuva e granito fazem parte do que nesta cidade me faz sentir bem. É bela, a chuva, é belo o granito, é belo o musgo, e parecem estar ali, livres, desde sempre e para sempre, à espera que os homens se libertem por sua vez e comunguem desse seu estado.

A foto não é na cidade, mas numa das serranias que a envolvem e que a moldam profundamente. É destas serranias que brota o essencial do que compõe a cidade. Por isso, a foto não é na cidade, mas também é da cidade.

domingo, 26 de abril de 2009

Cravos perenes

Ontem, ao (re)ver imagens do dia 25 de Aril de 1974 em Lisboa, do povo que encheu as ruas - o Largo do Carmo mas não só - o contraste com o que havia visto em Viseu passados 35 anos deixou-me melancólico. Não que as comemorações em Viseu tenham sido mornas ou indignas. Não que o povo que esteve não tenha participado com um sentimento de felicidade e de alívio pelo que se estava a comemorar. Se não fosse por mais, bastaria ter visto as crianças e jovens que, da parte da manhã, encheram o Rossio de cor, de felicidade, envolvendo nos seus gestos espontâneos e despreocupados o dia frio mas feliz, num espaço cada vez menos frequentado por ex-pides remoendo as "mágoas" que este preciso dia simboliza.
Mas a travagem e retrocesso que a gentalha que tem povoado os governos fez sofrer aos valores de Abril manifesta-se de modo mais óbvio lá onde o distanciamento do epicentro, o isolamento e um exército bem oleado de caciques impediram que os ares de Abril tivessem tempo de se fazer sentir em mais do que uma leve brisa. Estancaram-nos até que a contra-revolução estivesse em marcha com toda a força, e depois a coisa foi mais fácil. Por isso, por estas bandas, a imensa maioria das pessoas que fazem do trabalho o seu modo de vida ainda não percebeu que o são (pessoas). Que têm força. Que não têm que agradecer a ninguém favores que o não são, favores que são direitos. Que, se quiserem, podem ser livres. E que tudo isso se deve ao 25 de Abril, ao que milhares de homens e mulheres na clandestinidade lhes trouxeram depois de décadas de árduas e perigosas lutas.
Assim, no 25 de Abril de Viseu a multidão nada tem que ver, mesmo salvaguardadas as devidas proprções, com o que se passa noutras paragens. Pelo simples facto de que, em larga medida, nada parece ter acontecido.
Mas aconteceu. E, como dizia acima, a contra-revolução facilitou a vida aos caciques. Que baixaram as guardas. E que, ao fazê-lo, facilitaram por sua vez a vida a quem resiste. E quem resiste penetrou e criou irreversíveis focos de novas resistências, cravos de Abril perenes que, um dia destes, desatarão por aí a desabrochar e a libertar vidas e a dar-lhes verdade e dignidade.

Abril de Novo!


E cá está a primeira contribuição (desde o último post)!

25 de Abril sempre!

Quis o acaso que o autor deste(s) post(s) andasse em paridade etária com a nossa bela revolução de Abril.
Espera o autor destas linhas que os ideais de Abril lhe sobrevivam - embora espere ter uma duração de vida normal - e se fortaleçam. Este blog e o seu autor tudo farão para dar o seu contributo, juntamente com os de muitos milhares de amigos, companheiros e camaradas, para as lutas que permanentemente teremos que travar na defesa e afirmação desses ideias.

Este ano há importantes batalhas nessa luta permanente!

Cá estaremos.

Para que o fascismo um dia não seja mais que uma triste estória.

domingo, 22 de março de 2009

O bom cretino

Fantástico! O génio que escreveu esta coisa já conhece os resultados das eleições... que se vão realizar no final do ano! E, para lá chegar, baseou-se num inquérito tão sério na sua representativdade como o conteúdo da redacçãozeca que o Jornal do Centro lhe publicou. Para quem pensava que as sondagens eram usadas como instrumentos para condicionar o voto, e que para muitos espíritos bastariam os resultados de certas sondagens para decidir o curso dos acontecimentos - sem stresses, sem surpresas do tipo Irlanda, Chile de '73, Venezuela, ou outras -, para quem o pensava, eis que este cromo descobre que nem de sondagens (com a sua necessidade de fundamentação da amostra) precisamos: basta um inquérito num blogue (cujo mérito será, no máximo, o de avaliar as simpatias políticas dos seus frequentadores).
O resultado está decidido. O PCP não terá mais de um por cento em Viseu - nem vale a pena concorrer - e a genial figura até já tira as suas conclusões, antecipando a excitação da noite eleitoral: o PCP não tem credibilidade!
Não cabe aqui dissertar sobre a credibilidade do PCP, em Viseu ou em qualquer lado. A credibilidade, a coerência e a seriedade são qualidades que até figuras que se situam em regiões ideologicamente longínquas, mas dotadas de alguma honestidade, reconhecem no PCP.
Mas é interessante observar mais este exemplo de como os esquerdelhos assumem um anti-comunismo patológico, pouco diferente do anti-comunismo fascista. O seu principal alvo não são as injustiças e as desgraças do sistema capitalista. O seu principal alvo são os comunistas - e, em Portugal, o PCP. Daí, naturalmente, o tempo de antena que os órgãos de informação do capital lhes concedem, mesmo (ou principalmente) quando a pobreza franciscana da argumentação é confrangedora, como neste caso. Os esquerdelhos são, aliás, com frequência, pseudo-intelectuais que nunca se conseguirão livrar do pseudo.
Enfim. A figurinha tem o azar de ter concorrência, porque não faltam por aí lixeiras semelhantes.
Felizmente, a verdade não é uma fantasia esquerdelhuda. E o povo está-se nas tintas para o que estas figurinhas vomitam.

Adenda: não me lembro de nenhum comunista ter atribuído o encerramente de uma certa livraria em Viseu à falta de credibilidade do seu proprietário. O encerramento da generalidade das livrarias não vem daí. Mas, pensando bem... A capacidade de produzir lixo intelectual deve ser incompatível com a gestão de uma loja do saber.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Uma passagem

A mudança de calendário não traz nada de novo: a opressão, a injustiça social, a fome, os atropelos aos direitos fundamentais continuam em prática. Comandadas pelos senhores do capital, directamente ou por intermédio dos fantoches que têm no poder político, estas façanhas vão-se vestindo de novas e sofisticadas roupagens.
Mas, por enorme que nos pareça o poder, de facto imenso, desta gente, muito maior é o poder dos povos, dos povos do mundo que, diariamente, o constroem e moldam com o seu trabalho. O poder de um povo unido é tremendo, e é permanente e intensivo o esforço dos gurus do capital para que essa poderosa verdade não se saiba.
No último post referi um exemplo do poder de um povo unido. Mas poderíamos olhar para a nossa própria realidade nacional e ver a capacidade de resistência dos trabalhadores portugueses, que muitos quiseram (e querem) educar no fatalismo conformado. A luta contra o despotismo pré-fascista de Sócrates e seus capangas tem sido intensa, e vai continuar.
Em Viseu, o guru local quis aprovar esta coisa. Mas parece que a denúncia imediata feita pelo PCP fez abortar o processo.
Por isso, o que poderia ser mera mudança no calendário é um bom motivo para recobrarmos forças e energia para continuar a lutar. E é o que fazemos.
Espero, pois, que em 2009 se dêm mais passos para que o mundo mais justo e fraterno que queremos seja uma realidade.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

E é isto...

Esta notícia, verdadeira boa-nova espalhada pelo Fernando Samuel, do Cravo de Abril, deixou-me feliz. Num Natal em que os sorrisos dificilmente me sairão sem um amargo de boca, eis que a notícia, portadora da esperança com que os povos da América Latina nos têm vindo a brindar, me relembra como o Homem é capaz de se fazer respeitar na sua dignidade, de ser solidário, grande e digno e de olhar para lá do seu umbigo.
Tenho a felicidade de ter conhecido pessoas boas, generosas, solidárias, que acreditam num mundo melhor e na sua capacidade de contribuir para a sua construção. Uma delas - provavelmente a mais fundamental - fez a desfeita de se ir embora para o único lugar verdadeiramente desconhecido, aqui há dias, sem avisar, sem deixar recado. Mas a sua semente e o seu adubo cá ficaram, e esta notícia faz colar as pontas de tudo isto.
Por efémeras que sejam, há pessoas que nos fazem perceber a sorte que temos, afinal, em ter passado por este mundo, lutando sem hesitações nem tréguas pela sua melhoria.

E isto é o Natal.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Um regresso

Embora o meu último post não me desonre nada - apesar de não ter nada de original e ser apenas a repetição de uma justa campanha então em vigor - já está um bocadinho velhinho e só.
Aliás, poucos visitantes devem passar por estas paragens, tão desoladas como a imagem que aqui paira por cima dos posts, a de uma estação ferroviária que nos inunda de melancolia, agravada pelo facto de sabermos que já não existe.
Não há desculpa para esta ausência - um post escreve-se num ápice. Embora, como alguns saberão, os últimos meses, e sobretudo as duas últimas semanas, tenham sido dos piores da minha vida e...
Enfim. Aos poucos resistentes que ainda forem por aqui espreitando (talvez para reverem uma foto que não é má, por algum carinho e simpatia que me tenham ou por capacidade de resistência - e alguns são mesmo grandes resistentes...), para eles, um olá de regresso e sem promessas. Viseu TALVEZ fique para mais logo, tudo o resto para um dia destes, ou quiçá ao contrário.
E para alguém que sei que é dos resistentes, e já que falei na foto, porque resiste, porque não pode ver a foto e por tudo o resto, aqui vai a merecida descrição:
É uma foto a preto e branco (como os sonhos de alguém), na qual se vê a defunta estação de Viseu. Em primeiro plano quatro linhas que entram no enquadramento por baixo (do lado do fotógrafo) e que se entrelaçam pelas agulhas, algumas delas, em segundo plano. Neste segundo plano entra uma quinta linha pelo lado direito, que se estende ao longo de um armazém de mercadorias. Uma das linhas, à esquerda, bifurca-se para esse lado, em direcção a prováveis e difusas oficinas. No espaço entre a nova linha e a original está uma árvore despida (talvez um castanheiro ou um carvalho). Mais á frente, a mesma linha de origem volta a bifurcar-se para a esquerda. No total vêm-se, ao fundo, seis linhas. Em três delas há vagões estacionados. As duas linhas centrais na foto terminam ao fundo, junto à estação, que fica à direita, e aos cais de embarque, onde não está nehum comboio parado, o que aumenta a imagem de desolação. Ao longe, à esquerda, as árvores (penso que plátanos) da Cava de Viriato - que, por enquanto, ainda por lá estão.

sábado, 20 de setembro de 2008

Todos por Cuba


Em solidariedade para com o mais corajoso dos povos - que me desculpem os outros povos corajosos.

Clicar na imagem para saber mais.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Avante Bolívia!

Ocupado com tudo e mais alguma coisa, a energia tem-me faltado para alimentar este blogue regularmente. E depois, ele há blogues tão bons, tão mordazes, actuais e bem escritos que, frequentemente, prefiro lê-los e divulgá-los e aos seus posts. Aqui ao lado há uma lista de alguns dos que mais recomendo.
Mas aqui resolvi voltar para exprimir a total solidariedade deste blogue com o povo da Bolívia e com o presidente Evo Morales face à ingerência norte-americana.
A história já a conhecemos. É sopa azeda e requentada da que o império americano nos tem servido em várias partes do mundo e, com especial ênfase, na América Latina.
Começamos a ver um povo a crescer e a libertar-se das amarras da opressão, a construir com consciência e coragem um futuro mais humano, mais justo, mais solidário para o seu país e... zás! Lá vem a máquina infernal e bem oleada por imensas fortunas, pela exploração imperialista de décadas e pela experiência atacar e destruir.
E a vontade é imensa de pegar em armas e ir combater a besta!
Mas a besta-máquina que se cuide. Já não estamos em Setembro de 1973, num Chile desamparado. Há uma Cuba como exemplo de 50 anos de resistência. Há uma Venezuela com poder económico para se rir nas ventas do imperialismo. Há um Equador. Há uma Nicarágua. Há mais conhecimento das manhas e truques (já velhos) da máquina. E tudo isto vem reforçar um ingrediente fundamental que continua a existir: a coragem de um povo que, com a solidariedade de outros povos, saberá resistir à besta.
Porque é essa a natureza humana, por muito que alguns gostassem de demonstrar o contrário.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Lorca

Homem inteiro, artista inteiro. Não poderia deixar de me juntar aos muitos que hoje prestam homenagem ao grande, grande Feredrico Garcia Lorca. No dia em que se assinala o seu vergonhoso assassinato por esses fascistas de quem alguns gostariam de dourar a memória.
A arte e a vida de Lorca sobreviveram a este vil desaparecimento. Desapareceram e eternizaram-se com a força terrível e bela que as suas palavras, a sua música e a sua vida encerram.
Aqui vai, pela mão e a música de Paco de Lucia.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Ainda este cromo


Este já pensa que o PCP é ilegal!
Que na sua terra se respire demasiadas vezes um ambiente de medo que remete para o fascismo;
que as relações de poder estejam ali muito bem montadas com sua excelência lá pelo topo;
que a política de direita do governo em funções tenha aspectos que remetem também para o 24 de Abril;
que o próprio chefe do governo gostasse, certamente, de ver o PCP ilegalizado;
que nos melhores sonhos deste homenzinho talvez tenha havido lugar para um mundo em que o PCP não estivesse cá para, por exemplo, defender da sua incúria a população de Calde;

que tudo isto seja verdade, concordamos. Mas...
Pois é: o 25 de Abril aconteceu, o PCP é legal e está cá para as lutas. E até em Viseu se vai respirando outro ar. E até em Viseu o PCP está a crescer.
Por isso, que tal começar a pensar em... fugir, quiçá?

Olha! Mais um totalitário!


O Tempo das Cerejas tem aqui mais um daqueles "totalitários", ou lá como se chamam aqueles tipos que teimam em não alinhar com o FMI, com a CIA, com os senhores presidentes de Washington que andam a salvar o mundo, e por aí fora.
Tipo... aquele da Venezuela, 'tão a ver?, ou o de Cuba, ou do Equador, ou... esses latinos, em especial, têm a mania! E depois que fazem eleições e referendos por tudo e por nada! Mas a gente topa-os. Não percebem nada de democracia - em democracia fazem-se eleições e referendos quando se tem a certeza que se vai ganhar, se não, corre mal! Olha os gajos da Irlanda... agora é para repetir até aquilo dar certo. Que aprendam.
Agora estes meios-índios... a arriscar, ali.... sinceramente!

Agora a sério: viva a Bolívia! Viva a democracia! Viva o mundo novo e melhor que havemos de construir!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Lá estalou o verniz outra vez


A essência fascistóide do poder local em Viseu, cuidadosamente disfarçada sob a capa de grande democrata que este seu máximo representante gosta de exibir, lá vem ao de cima quando nos distraímos um pouco.
Veja-se esta escandalosa e ainda fresca intervenção censória. O alvo é sempre o mesmo.

A divulgar, para que se conheça bem estes democratas do caciquismo!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O país do TGV


Este é (também) o país que vai ter um TGV. O país onde alguém, abusando do poder que por via democrática lhe foi outorgado, vai oferecer mais uma mega-negociata a alguém. Esta chama-se TGV, como outra se chamou CCB, como outra ainda MIT... Aceito sugestões para preencher a lista!
Estranho. Estes sugadouros de dinheiro nosso e de dignidade aparecem não poucas vezes com estes nomes de código disfarçados de sigla. Estranho? Talvez não, não sei.
Sei que a notícia acima me é, nos é, infelizmente nada estranha. É apenas mais um dos muitos reflexos das muitas contradições que o sistema capitalista e a sua versão lusa, dramaticamente trapaceira, produzem.