sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

Em defesa da ferrovia: Jerónimo de Sousa em Viseu

O candidato presidencial Jerónimo de Sousa esteve em Viseu no passado dia 23 de Dezembro para defender o regresso da ferrovia a Viseu. Na sede da Associação Comercial de Viseu o candidato reuniu-se com os principais sindicatos e associações da região, a fim de debater a questão da inexistência de transporte ferroviário na cidade. Foi unânime nas intervenções a necessidade de encarar este problema como um sério entrave ao desenvolvimento da cidade e do distrito de Viseu. Viseu é, recorde-se, a maior cidade europeia sem transporte ferroviário. Foi também unânime a aceitação da viabilidade de um regresso da ferrovia a Viseu. Dada a situação geográfica e a importância de Viseu no contexto do país e da região centro, foram defendidas três frentes para a resolução do problema: a ligação de Viseu à Linha da Beira Alta; a reactivação da Linha do Vale do Vouga como transporte regional do tipo “metro de superfície”, eventualmente com a viabilização reforçada por exploração turística; a defesa do eixo Aveiro-Salamanca (via Viseu) para os transportes internacionais ferroviários, equacionando a solução TGV. Jerónimo de Sousa – que, nos debates televisivos, quando questionado sobre o TGV, manifestou a preocupação com a ferrovia tradicional – comprometeu-se a levar esta questão e estas propostas avante, pela via institucional, nomeadamente na Assembleia da República. É bom recordar aos viseenses o significado que a questão do encerramento da ferrovia em Viseu assume neste momento: um dos candidatos presidenciais, Cavaco Silva, foi o principal responsável, enquanto primeiro-ministro, pelo fim do Comboio em Viseu. Todos os viseenses que, no dia 22 de Janeiro, votarem em Cavaco Silva estarão a agradecer-lhe o roubo dessa infra-estrutura fundamental.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

Hibernação

Depois do período fervilhante das eleições autárquicas, as atenções de todos viraram-se para a actualidade nacional, com a aproximação das eleições presidenciais. Em Viseu, a visibilidade da autarquia entrou em hibernação, como se Fernando Ruas se pusesse a descansar à sombra do absolutismo da sua maioria. Preocupações para quê? O seu poder só poderá vir a ser posto em causa daqui a quatro anos, e nessa altura a memória dos viseenses será convenientemente apagada, distraída ou ofuscada, como tem sido hábito. Entretanto, as prioridades vão continuar a ser as mesmas: encandear as gentes com o brilho das luzes e deixar para as calendas gregas problemas básicos e vergonhosos. Compare-se, por exemplo, estes dois casos: a Câmara Municipal da Guarda gastou cinco mil euros em iluminação de Natal; a Câmara de Viseu gastou quarenta e cinco mil euros para o mesmo fim. A cidade da Guarda tem uma programação cultural intensíssima, com um nível frequentemente elevado, de promoção municipal. A cidade de Viseu tem uma fraca programação cultural de promoção municipal, que oscila entre o amadorismo na pior acepção do termo e a pseudo-intelectualidade provinciana de um Teatro Viriato. Refira-se que a Câmara da Guarda não é, ainda assim, um exemplo de um serviço competente e desinteressado ao serviço das aspirações da população. O que coloca Viseu num patamar ainda mais deprimente a este respeito, quando comparadas as duas capitais de distrito vizinhas.
De qualquer modo, em 2006 cá estaremos, neste mesmo local, a chamar a atenção para os problemas e as carências de Viseu – e tanto quanto possível a apresentar propostas. Aos nossos leitores um Bom Natal e um óptimo 2006.