quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

Hibernação

Depois do período fervilhante das eleições autárquicas, as atenções de todos viraram-se para a actualidade nacional, com a aproximação das eleições presidenciais. Em Viseu, a visibilidade da autarquia entrou em hibernação, como se Fernando Ruas se pusesse a descansar à sombra do absolutismo da sua maioria. Preocupações para quê? O seu poder só poderá vir a ser posto em causa daqui a quatro anos, e nessa altura a memória dos viseenses será convenientemente apagada, distraída ou ofuscada, como tem sido hábito. Entretanto, as prioridades vão continuar a ser as mesmas: encandear as gentes com o brilho das luzes e deixar para as calendas gregas problemas básicos e vergonhosos. Compare-se, por exemplo, estes dois casos: a Câmara Municipal da Guarda gastou cinco mil euros em iluminação de Natal; a Câmara de Viseu gastou quarenta e cinco mil euros para o mesmo fim. A cidade da Guarda tem uma programação cultural intensíssima, com um nível frequentemente elevado, de promoção municipal. A cidade de Viseu tem uma fraca programação cultural de promoção municipal, que oscila entre o amadorismo na pior acepção do termo e a pseudo-intelectualidade provinciana de um Teatro Viriato. Refira-se que a Câmara da Guarda não é, ainda assim, um exemplo de um serviço competente e desinteressado ao serviço das aspirações da população. O que coloca Viseu num patamar ainda mais deprimente a este respeito, quando comparadas as duas capitais de distrito vizinhas.
De qualquer modo, em 2006 cá estaremos, neste mesmo local, a chamar a atenção para os problemas e as carências de Viseu – e tanto quanto possível a apresentar propostas. Aos nossos leitores um Bom Natal e um óptimo 2006.

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